segunda-feira, 24 de março de 2008

Feliz páscoa!

A maioria dos judeus não reconheceu a Jesus como o messias, o libertador, a tanto tempo prometido por Deus.

O povo judeu, havia séculos, era dominado por uma sucessão de impérios da antiquidade. Mesmo habitando a terra prometida a seu patriarca Abraão, não possuíam autonomia política e estavam sujeitos às leis e aos humores do império romano. Em seus corações eles esperavam profundamente se livrarem do jugo romano e tomarem as rédeas de seu país.

Sim, Jesus oferecia liberdade. Incondicional, duradoura, plena. Ele propunha aquela sofrida nação a oportunidade de sair do terror e sofrimento e ir em direção à paz e alegria.

Mas a liberdade que Ele trazia não era do jugo dos impérios egípcio, babilônico ou romano. A liberdade que Ele trazia não era a autodeterminação do povo de Israel de gerir seus tributos, sua organização política ou seus códigos de leis.

A liberdade que Ele trazia era oferecida a cada alma. A liberdade que Ele trazia era a da escravidão do mal. Ele oferecia refúgio para cada espírito angustiado pelo temor do amanhã, pelas aflições de cada dia, pelas mágoas de nossos ontems.

A liberdade que Jesus trazia não era nem mesmo limitada àquela nação, ou às suas autoridades, nem apenas aos homens, ou restrita às crianças e às mulheres. Ninguém poderia estar tão distante dEle que não pudesse ser alcançado. Nenhum coração poderia estar tão pesado que não pudesse ser erguido. Nenhum problema era tão pequeno que não merecesse toda a atenção.

Mas não era este o livramento que muitos daquele tempo esperavam. Nem é este o livramento que muitos de nosso tempo esperamos.

Acreditamos por vezes que o dinheiro que temos nos trará tranquilidade, e à sua obtenção dedicamos considerável parte de nossos esforços e tempo. Mas esta tranquilidade se vai como folhas levadas pelo vento, pois sempre haverá onde gastar dinheiro e sempre haverá quem o tome de nós.

Acreditamos por vezes que ao atendermos todos os nossos desejos teremos felicidade, e aos desejos ofertamos nossa energia e sentimentos. Mas esta felicidade se vai como as gotas da chuva que caem no rio, pois as sensações só duram o tempo do instante momento.

Acreditamos por vezes que o reconhecimento das pessoas nos trará autoconfiança e auto-aceitação, e saciamos a opinião alheia com a sublimação do que realmente somos. Mas este amor próprio é sólido como a casa feita sobre areia, cujas fundações são levadas a medida que o vento soprado das bocas que nos rodeiam.

Páscoa é libertação. E liberdade não é buscar as inúmeras coisas que este mundo oferece. Liberdade é ter as portas dos céus abertas e optar por seguir a Cristo, deixando de lado as pequenezas deste mundo e seguirmos para a luz.

Feliz páscoa!

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